sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Plano de Deus para os últimos dias;


Plano de Deus para os últimos dias;

O estado intermediário dos mortos;
Israel o relógio escatológico de Deus;
A ressurreição dos mortos em Cristo; 
O Arrebatamento da Igreja;
O Tribunal de Cristo;
As Bodas do Cordeiro;
A Grande Tribulação: Confederação de 10 Reinos sobre a liderança do Anticristo (o império romano restaurado);
Aliança entre o Anticristo (Besta) e Israel por 7 anos (quebrada após 3 anos e meio);
Julgamentos dos sete selos, sete trombetas e sete taças;
Israel na Grande Tribulação;
Os gentios na Grande Tribulação;
Segunda vinda de Cristo para salvar Israel e destruir o Anticristo e os seus exércitos;
Conversão nacional de Israel;
Julgamento da Besta (Anticristo) e do Falso Profeta (lançados vivos no lago de fogo);
Julgamento de Israel;
Julgamento das nações;
Satanás preso por mil anos;
A ressurreição dos santos do Antigo Testamento;
A ressurreição dos santos da Grande Tribulação;
O Milênio;
Satanás solto por pouco tempo, onde engana as nações, ou seja, pessoas que não entregaram o coração totalmente a Cristo, mesmo vendo e desfrutando de todas as bênçãos do Reino Milenial de Cristo Jesus (Ap 20:8);
Satanás lançado no lago de fogo;
A ressurreição dos mortos sem Cristo;
O Juízo Final;
Estado Eterno;

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

sobre heresias

Com poucos meses convertido a Cristo, lembro-me de uma pregação no culto de domingo, onde o pastor asseverou em alto e bom tom “não se preocupe com as suas futuras quedas, não tenha medo de errar, pois a sua salvação já está garantida e se você de fato está salvo hoje, então estará salvo para sempre”. Naquela ocasião eu era apenas uma criança na fé, mas confesso: aquela palavra não foi digerida por meu coração.


Com os anos tive a preocupação de me aprofundar muito no tema. Mergulhei na confissão reformada calvinista, que radicaliza na defesa dessa tese, assim como no contraponto proposto pelo Arminianismo, no qual a perda da salvação é uma realidade plausível. Nosso propósito aqui é demonstrar a que conclusão chegamos e ajudar o povo de Deus a se livrar de toda dúvida acerca desse tão controvertido tema.

Para começarmos a análise, convém que vejamos algumas definições:

O que é livre arbítrio?


Livre arbítrio é um princípio bíblico que declara que o homem é livre para tomar decisões, para decidir a questão do seu destino.

O que é predestinação?


Predestinação pode ser definida no sentido geral e no sentido bíblico. No consenso popular, seria crer que Deus traçou um plano para nossa vida e devemos segui-lo sem o direito da escolha. Em outras palavras - somos autômatos, desempenhando um papel previamente estabelecido por Deus. No sentido bíblico, a predestinação seria o decreto de Deus que possibilita a salvação a todos os que aceitarem a Cristo.

Calvino, ampliando ideias já antes defendidas por Agostinho, afirmou que desde a antiguidade Deus estabeleceu dois decretos: Um selecionando um grupo para a salvação ou vida eterna, e um outro decreto selecionando aqueles que serão destruídos. O próprio Calvino qualificou-o como "o terrível decreto de Deus".

Estaria este ensino em harmonia com as doutrinas bíblicas? De modo nenhum! Porque a dupla predestinação ensina que se não fomos arbitrariamente escolhidos para a salvação, não há esperança, ainda que busquemos ardentemente esta graça!

A doutrina da predestinação de uns para o bem e a felicidade, e de outros para o mal e infelicidade, parece ter nascido da necessidade de alguns teólogos de conciliarem a misericórdia com a justiça Divina. Para eles Deus seria justo com os que predestina ao mal e misericordioso com os que predestina à salvação. No entanto, as passagens de Isaías 1:27 e Romanos 3:25 (Leia agora em sua Bíblia) negam que a misericórdia e a justiça sejam atributos divinos distintos; Deus não é metade misericórdia e metade justiça, mas inteiramente misericórdia e inteiramente justiça.

Vejamos agora as passagens e fatos bíblicos usados pelos defensores da predestinação calvinista para a perdição: Prov. 16:4; Rom. 9:18; 8:29 e 30; Ef. 1:5,11

Dentre os fatos citados, estes se destacam:

  • O endurecimento do coração de Faraó;
  • Judas predestinado a trair Jesus;
  • A declaração de Rom. 9:13: Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú

A palavra predestinação não aparece na Bíblia, mas o verbo predestinar, em grego "proorizo", é empregado quatro vezes, isto é, em Rom. 8:29 e 30; Ef. 1:5,11 (alguns manuscritos o trazem também em Atos 4:28 e I Cor. 2:7). A palavra é formada de "pró", que significa "antes" e o verbo "horizo", que significa "definir, limitar". Este verbo é usado na palavra horizonte, como círculo limitante do campo da nossa observação. "Proorizo" pode ser traduzido por demarcar de antemão, ser determinado anteriormente.

Três úteis princípios hermenêuticos nos ajudarão a compreender o problema da predestinação:
  1. É a regra áurea da interpretação, chamada por Orígenes de "Analogia da Fé". O texto deve ser interpretado através do conjunto das Escrituras, e nunca através de passagens isoladas. Não podemos basear uma doutrina numa só passagem.

  1. Para compreender bem uma passagem é preciso consultar as passagens paralelas. São aquelas que tratam do mesmo assunto.

  1. Observar bem o contexto. Analisar o que vem antes e depois, para se saber do que o autor está tratando.

Vamos ilustrar com exemplos bíblicos estes três princípios, para esclarecer o assunto em pauta:

1 - Analisando Provérbios:
"O Senhor fez todas as coisas para determinados fins, e até o perverso para o dia da calamidade" Provérbios 16:4
Porém, notemos o seguinte: "... Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias" Eclesiastes. 7:29
Deus de modo algum é o originador do mal, mas os que escolhem a impiedade por sua própria vontade, Deus os destruirá.

2 - Este princípio pode ser ilustrado com Romanos. 9:18, "Logo, tem Ele misericórdia de quem quer, e também endurece a quem lhe apraz" Coloquemos agora ao lado as seguintes passagens: "Para com o benigno te mostras benigno, e para com o homem perfeito te mostras perfeito. Para com o puro te mostras puro, e para com o perverso, inflexível*." Salmos 18:25,26 *(outras traduções dizem "contrário")

"Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos; volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele; e para o nosso Deus, porque é generoso em perdoar."  Isaías. 55:7

Fica claro pelas passagens acima, com quem Deus quer ser misericordioso e com quem Ele é "inflexível". Estas passagens nos mostram que com os benignos Ele é benigno, mas que é inflexível com os perversos e impenitentes.

Êxodo 4:21 e 7:3 afirma que Deus endureceu o coração de Faraó. O que temos aqui é um idiomatismo hebraico, ou seja, o verbo usado não expressa a execução de algo, mas a permissão para fazer isso. Por exemplo: Êxodo 5:22 diz: "Ó Senhor, por que afligiste a este povo?" (isto é, por que toleraste que fosse afligido?). Como se não bastasse isso, temos também as seguintes passagens que mostram que foi Faraó que endureceu o seu próprio coração:

"Endureceu-se, porém, o coração de Faraó, e ele não os ouviu, como o Senhor tinha dito." Êxodo 7:13

"Mas o mesmo fizeram também os magos do Egito com os seus encantamentos; de maneira que o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Senhor tinha dito." Êxodo 7:22

"Mas endureceu Faraó ainda esta vez o seu coração, e não deixou ir o povo." 8:32

3 - O contexto das passagens de Romanos e Efésios, que falam da predestinação, é claro em nos mostrar que todos nós fomos predestinados para a salvação. Paulo nos diz que Deus através de Cristo nos predestinou para que fôssemos Seus filhos por adoção.

Deus tem um propósito para este mundo e para cada pessoa individualmente. Este propósito é que todos cheguem ao conhecimento da verdade e se salvem.

"Deus não deseja que alguém se perca" II Pedro 3:9

Também é afirmado que Judas estava predestinado a trair Jesus, por isso ele não era livre para escolher.

A Bíblia não diz que estava predestinado que Judas o trairia. Embora a morte de Cristo fosse pré-ordenada ("...o cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo" Apocalipse 13:8), Pilatos e Judas não precisavam ter sido instrumentos dessa morte, eles eram livres para aceitá-lo ou colaborarem na sua condenação.

Outra passagem muito citada pelos calvinistas para a dupla predestinação é Romanos 9:13 "Amei a Jacó, porém me aborreci de Esaú". Afirmam que antes do nascimento, um é predestinado para a salvação e outro para a condenação. Esta é uma conclusão simplista e antibíblica, porque:

  1. Esta citação de Paulo foi tirada de Malaquias 1:2-3, a qual foi escrita mais ou menos 1000 anos depois que eles viveram (Esaú e Jacó), ou seja, Malaquias não escreveu uma profecia, mas apenas relatou um fato histórico.

  1. Malaquias não está falando de Esaú e Jacó como duas pessoas, mas de dois povos distintos: israelitas e edômitas. Jacó está representando o povo do concerto e Esaú os incrédulos e inimigos de Deus. O aborrecimento de Deus por Esaú - ou melhor pelos seus descendentes - foi após um milênio de paciência.

Paulo declara que Jacó foi escolhido para uma função, para representar um papel de destaque na história do povo de Deus. Romanos.9:11,12

Os versos 34 e 41 de Mateus 25 contradizem frontalmente a dupla predestinação de Calvino, acompanhe:

Verso 34: "então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: 'Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo'"

Notemos que a herança nos está preparada desde a fundação do mundo. Isto sugere a predestinação para a salvação. Agora, vejamos o versículo 41:

"... apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seu anjos"

Se houvesse a dupla predestinação, a afirmativa de Cristo seria: "preparado para vós desde a fundação do mundo". Mas o que  lemos é que o fogo foi preparado para o diabo e seus anjos, e não para o homem!

Outra declaração importante de Paulo, que precisa ser bem compreendida é a de Romanos 9:22,23.
O verso 22 fala dos vasos da ira preparados para a perdição, mas Deus os suportou com muita longanimidade.

No verso 23 há o relato dos vasos da glória, preparados previamente. A Bíblia nos prova de maneira inequívoca que os vasos da ira não foram feitos por Deus para a destruição. Basta ler as passagens paralelas de Romanos 2:4 e 5, onde Paulo nos fala que Deus trabalha para a salvação do homem, mas o próprio homem endurece o seu coração para o dia de ira:

"Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te conduz ao arrependimento? Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus" Romanos 2:4,5

Se existe alguma predestinação bíblica, sem dúvida é esta:


Em Adão todos são predestinados para a perdição -  "Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados. " I Coríntios 15:22

Em Cristo todos são predestinados para a salvação - "Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus;" João 1:12

Algumas provas bíblicas contra a predestinação calvinista


Dentre as várias citações bíblicas que contradizem o errôneo ensino de Deus haver predestinado pessoas para a perdição, as 11 seguintes devem ser destacadas, por sua objetividade e clareza:

  1. I Tim 2:4 "O qual deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade" O relato de Paulo não deixa dúvidas. Sua declaração nos leva a afirmar que ninguém foi designado para a perdição.

  1. II Pedro 3:9 "... não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento" É impossível harmonizar - Deus não deseja que ninguém se perca - com a ideia de que Ele escolhe pessoas para serem destruídas.

  1. Apocalipse 22:17 "... quem quiser receba de graça a água da vida" Todos têm a oportunidade, graças a Deus! Aqui entra em cena a vontade pessoal. Querer é um verbo que indica vontade, portanto a pessoa escolhe; não aparece imposição.

  1. João 3:16 "...  para todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" Deus decretou que todos os que aceitarem a Cristo se salvem. Não decretou que todos devem aceitar a salvação que Ele oferece. Deus não força a vontade de ninguém.

  1. Ezequiel 18:32 "Porque não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto convertei-vos e vivei" Deus tem prazer na Salvação, nunca na perdição. Se não respeitasse a vontade dos homens, Ele salvaria a todos.

  1. Mateus 7:21 "nem todo o que diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus" Muitos não serão salvos, não porque estão "predestinados", mas porque não aceitam as condições da salvação.

  1. Jeremias 21:8 "... Eis que ponho diante de vós o caminho da vida e o caminho da morte" Para que dois caminhos, se a sorte de cada um já foi traçada antes?

  1. Apocalipse 2:10 "...Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida" Notem que a salvação também depende de nós, da nossa perseverança.

  1. Atos 17:30 "... agora, porém notificai aos homens que todos em toda parte se arrependam" Notemos que o convite para o arrependimento é para todos. 

  1. Paulo declara em Tito 2:11 "que a graça de Deus se manifestou salvadora a todos os homens."  Mais uma vez, a graça de Deus é para TODOS!

  1. I Tessalonicenses 5:9 "Porquê Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo" Esta declaração, por si só, já faria desmoronar a teoria calvinista.

Também não poderíamos terminar este estudo, sem antes analisarmos a Eleição e Vocação


  • Vocação é o chamado
  • Eleição é a escolha

A Bíblia esta repleta de exemplos, de que a eleição, tanto de um povo, como de indivíduos é para o serviço, para o desempenho de um papel no plano da salvação, para ser bênção aos outros e não simplesmente um privilégio. Ver Gênesis 12:2

Israel foi eleito como um povo para especial serviço. Deuteronômio 4:37; 7:6-8

Alguns exemplos de pessoas eleitas para a execução de um trabalho especial:
  1. Moisés - Êxodo 3
  2. Os Sacerdotes - Deuteronômio 18:5
  3. Os reis - I Samuel 10:24
  4. Os profetas - Jeremias 1:5
  5. Os apóstolos João 6:70

Algumas verdades que não podem ser ignoradas quanto à eleição


  1. A eleição de Deus inclui todo o mundo. I Timóteo 2:4,6; II Coríntios 5:14-15
    Deus não elegeu ou predestinou apenas aqueles que eram dignos de Sua graça. Mas elegeu o indigno, ele elegeu o iníquo, ele elegeu os Seus inimigos. "Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios." Romanos 5:6  "Porque se nós, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida. " Romanos 5:10

  1. Deus nos escolhe para o serviço na base do caráter e não em bases pessoais. Nós nos elegemos, quando pelo poder de Cristo atingimos o padrão que Ele estabeleceu.

  1. A escolha de uma pessoa, não significa a rejeição de outras. A escolha de Israel não significou a rejeição dos gentios. Ao escolher Israel Deus desejava que por seu intermédio outras nações pudessem ser participantes de sua graça.

Assim, há um duplo propósito na eleição:
  • Para a salvação dos eleitos – Romanos 11:7-11; II Tes. 2:13
  • Para a glória de Deus - Efésios 1:6,12,14

Para terminar, só uma pequena história. Conta-se que um membro velho, de poucos conhecimentos teológicos, foi interrogado sobre a nossa parte no plano da salvação. Disse ele:

"Bem, há uma eleição onde Deus se candidata a nosso favor e o diabo para a nossa perdição. Do lado em que pusermos o nosso voto, esse ganhará a eleição."

Uma resposta simples, mas profunda. A qual mostra perfeitamente nossa parte no plano da salvação e nos deixa uma certeza: Deus não escolhe ninguém para ser salvo e nem para a perdição. Sendo assim, o homem é livre para ambos. E se ele é livre para ir e vir com respeito ao seu relacionamento com Deus, então não há nenhuma heresia em afirmamos claramente que sim, a doutrina da perda da salvação é bíblica e correta.  Que Deus nos abençoe!



A perseverança é uma das qualidades mais valorizadas


A perseverança é uma das qualidades mais valorizadas pela Bíblia. Uma das maneiras poderosas usadas pelo Senhor para nos fazer perseverantes é ensinada por Tiago: “Pois vocês sabem que, quando a sua fé vence essas provações ela produz perseverança” (Tiago 1:3).

A Carta aos Hebreus, ao nos revelar a excelência e a unicidade de Cristo, aponta para a Sua constância: “Jesus Cristo é o mesmo ontem, hoje e para sempre” (Hebreus 13:8). A segurança de nossa salvação se apoia no fato de que “Deus é fiel” (I Coríntios 10:13).

Neste mesmo texto de I Coríntios, Paulo nos explica a dinâmica espiritual das provações, da fé e da perseverança. Porque Deus é fiel,

Ele não permitirá que soframos tentação além da nossa capacidade de suportá-la. E mais, com a tentação acontecendo, Deus dá forças para suportar e para sair dela. Em outras palavras: é o Senhor quem valoriza nossa fé em Cristo, quem nos fortalece quando enfrentamos as naturais provações da vida, quem nos garante a perseverança de nossa comunhão com Ele. Eis a trilogia: provações, fé, perseverança.


postagem de  Pr. Olavo Feijó

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Mensagem enviada por Prof. Evilásio Giovanini - SP

Mensagem enviada por Prof. Evilásio Giovanini - SP


Caro pastor, serei curto e grosso (direto) em minha pergunta. Como pode um Deus amoroso mandar pessoas para o inferno? Isso não é desconcertante para vocês?

Obrigado prezado professor. Sua pergunta é importante e nos ajuda a desfazer as tolices e enganos que muitos creem a respeito. A premissa está correta. Deus nos ama. Mas seu amor é forte, em vez de fraco e permissivo.

A questão deveria ser, na verdade, "Como pode um Deus santo deixar pessoas pecaminosas irem para o céu?" Você não pode simplesmente acampar no amor de Deus e esquecer Sua santidade.

Ninguém é digno o suficiente para entrar no céu. Mas por causa do Seu amor, Deus quer que estejamos com Ele. Assim, a morte de Jesus na cruz, onde Ele pagou a pena por tudo o que fizemos de errado, foi a maneira de Deus de satisfazer a Sua santidade e demonstrar seu amor.

Olhe para esse sacrifício: Deus fez todo o possível para manter as pessoas fora do inferno. E verdadeiramente ninguém irá para lá sem que faça voluntariamente essa escolha, ou diretamente pela prática agressiva de afronta à glória de Deus (e o ateísmo é uma delas) ou pela omissão para com os sagrados passos da fé, quando já se tem esse prévio conhecimento.

Mensagem enviada por Sebastião Valerio - MG


É claro que muitos nem sabem quem foi Jesus. E as pessoas que nunca ouviram sequer o nome de Jesus, serão condenadas? Se Deus existe não seria razoável crer que Ele fosse obrigado a se fazer conhecido por todos?

Muitas pessoas têm pensado sobre essa questão, e poucos afirmam compreender a Deus exaustivamente. Se eu soubesse, eu seria Deus! Mas sabemos que a Bíblia diz que Deus julgará o mundo com justiça. Ele também diz que Deus fez a Sua presença conhecida a todas as pessoas através da natureza e através da nossa consciência, de modo que todos nós nos encontramos sem desculpa que justifique nossa falta de fé para com Ele. (Romanos 1:19,20).

O mundo pode ser dividido em dois grupos: os que já ouviram falar, e aqueles que ainda não tenham ouvido. Eu tenho confiança de que Deus vai cuidar deste último grupo. Mas dado que todo mundo por aqui já ouviu falar, você precisará tomar uma decisão sobre o que você vai fazer da sua vida em relação a Jesus Cristo.

Mensagem enviada por Angelina Leibnitz – Porto Alegre (RS)


Reinaldo, se Jesus é Deus e se Ele muda as pessoas, então por que existem tantos hipócritas na igreja? Será que um Deus verdadeiro aceitaria pessoas falsas como discípulos?

Sim, há pessoas na igreja que não vivem a vida que eles professam. Deus odeia tal pretensão tanto quanto você. Mas as empresas, clubes sociais e de outras religiões têm todos os seus hipócritas também.

Olhe para Cristo e o que Ele afirma ser e não apenas para aqueles que o seguem, ou professam segui-lo. O cristianismo está em pé ou cai sobre a vida de Cristo, e não sobre o desempenho de seus seguidores. Qualquer coisa na vida que é genuína irá inspirar falsificações. A Igreja celestial está isenta dessa praga porque se constitui de corações sinceros, mas a igreja terrena é uma instituição humana e, portanto, passível desse mal.

As reivindicações de Jesus Cristo são verdadeiras e Ele não era um hipócrita. Você vai segui-Lo? Não perca a oportunidade conhecer a Jesus por causa da falha de alguém. É um conselho amoroso que lhe dedico.

Mensagem enviada por Demétrios Abranches - SC


Pastor Reinaldo eu acho que as regras e proibições das igrejas tornam a existência de Deus muito questionável. Apenas uma boa vida moral não levaria uma pessoa para o céu?

Viver uma vida boa não pode levar um homem ou uma mulher para o céu, porque o padrão de Deus para o "suficientemente bom" é a perfeição. Se Ele permitisse qualquer coisa imperfeita no céu, o céu estaria arruinado. Então, quem pode ir para o céu em seu próprio mérito? Ninguém, porque ninguém é perfeito.

Então, como qualquer um pode chegar lá? Nós não podemos viver uma vida sem pecado, nem podemos compensar nossas falhas. Mas Jesus liquidou essa nossa dívida impagável. Deus oferece um relacionamento com Ele na terra e na eternidade com Ele no céu. Tudo o que precisamos fazer é confiar na morte de Jesus na cruz, como a pena por nossos pecados, pago na íntegra e amá-lo por meio de uma fé prática, pautada na mais sincera obediência à Sua palavra.


Mensagem enviada por Sòstenes Barrote Revoredo – Santos (SP)


Muitos não-cristãos se ofendem com a "exclusividade" do Cristianismo. Como pode um Deus suposto criador de todo o universo ser propriedade apenas de uma religião?

Querido Sóstenes, suas considerações requerem uma resposta elaborada e dividida em tópicos.

A) O cristianismo é "universal" no sentido em que Jesus convida todas as pessoas em todos os lugares para receberem o dom da vida eterna possível, graças à Sua morte na cruz.

B) Uma vez que muitos princípios básicos de diferentes religiões são contraditórias, alguém tem que estar errado.

C) Exclusividade parece inevitável. Quem quer embarcar em um avião comercial em que o piloto não é exclusivamente comprometido com um pouso seguro? "O pluralista não acreditaria exclusivamente que várias religiões fornecem caminhos aceitáveis ​​para Deus?" A exclusão da exclusividade também é exclusiva.

D) A singularidade do cristianismo não surge a partir da mente estreita de cristãos individuais, mas das afirmações extraordinárias de Jesus Cristo, atestadas por aqueles que foram testemunhas oculares da Sua vida, morte e ressurreição. Prova disso é que até as explicações das parábolas eram feitas apenas ao restrito grupo dos apóstolos.

Como apresentar Deus para um coração que duvida de Sua existência?

Como apresentar Deus para um coração que duvida de Sua existência?

09/05/2013 11:21


Queridos amigos e irmãos, diversos leitores já vinham me cobrando novas postagens nessa Seção. Peço desculpas. A abrangência temática do site é algo que consome muito de meu tempo, requerendo de mim profundas pesquisas, além de muita oração, pois não são poucas as hostilidades e oposições que recebemos em virtude da impopularidade de grande parte de nossas publicações.

Todavia, seguimos com a consciência tranquila. Esse é o Ministério que o Senhor nos deu e alegremente seguimos firmes, olhando para o alvo, que é o prêmio de nossa soberana vocação: Cristo Jesus.

Hoje, daremos uma ênfase especial no tema “Deus”. O ateísmo ataca frontalmente todos os atributos Divinos, sobretudo o mais essencial deles, que é a Sua existência. Como muitos leitores abordam essa questão, passaremos a responder algumas, com o fim de contribuir para o argumento lógico, racional e óbvio de que Deus é a mais real de todas as verdades do universo.

Que o Senhor nos abençoe em mais essa empreitada!

Juliana Enéas Silva – Acadêmica de Filosofia, pergunta:


Oi. Tenho uma pergunta: quem criou deus?
Em tua opinião, se nunca tivesses ouvido falar em deus, se ele nunca tivesse passado na TV, e os teus familiares e conhecidos nunca tivessem ouvido falar disso, como é que ele iria parar no teu cérebro?

Resposta


A pergunta "quem criou deus" é por si só uma falácia. Pois Deus por definição é um ser necessário ou não-contingente. Os argumentos cosmológico e ontológico para a existência de Deus, por exemplo, exigem que Deus seja um ser atemporal, imaterial, necessário e muito poderoso. Por outro lado, você cita um “deus” com “d” minúsculo, o qual seguramente nada tem em comum com o Deus Todo poderoso a quem eu prego.

Em relação à segunda pergunta, seria possível sim que eu nunca tivesse ouvido falar em Deus, assim como há de fato muitas pessoas no mundo que não o conhecem. Mas Ele se revelou historicamente ao mundo e Sua mensagem tem sido espalhada desde os tempos de Cristo.

E mesmo que nunca tivesse ouvido falar dEle, ainda há todas as maravilhas da natureza, a ordem intrínseca do Universo, a perfeição da biologia, a voz da consciência e nosso senso moral, constituindo provas não-teológicas que também apontam para um Criador.

Fausto Silva – Ateu convicto, pergunta:


Ninguém me convence com gritarias. Quero provas reais. Qual é a evidência concreta mais forte que comprove a existência de um deus (ou deuses)?

Resposta


Obrigado Fausto. Entendo sua necessidade de respostas objetivas e concordo que elas sejam necessárias.
Antes de responder se há ou não evidências, é preciso definir alguns pontos fundamentais: 

1. De que tipo de evidências estamos falando? 
2. Existe algum tipo de evidência que deveríamos esperar, caso Deus existisse? 
3. A existência de Deus pode ser provada cientificamente?

Uma objeção frequente de ateus (e até de agnósticos) em relação à existência de Deus é que, segundo eles, não há evidências suficientes para que se acredite. Mas afinal, de que tipo de evidências eles estariam falando? Se você falar com um deles (e eu já perdi a conta de quantas vezes ouvi isso), eles dirão "Se todos os casos de câncer do mundo forem curados instantaneamente, acreditarei em Deus", ou "se todos os porquinhos-da-índia voarem, eu acredito", ou "se esta cadeira começar a levitar na minha frente, então Deus existe." É evidente que estas pessoas não pararam pra pensar nas duas primeiras perguntas que eu propus acima. Então, vamos refletir um pouco sobre isso:

Existe uma disciplina muito conhecida do meio acadêmico, chamada metodologia da pesquisa, e ela possui alguns princípios básicos:
(1) a definição do escopo de busca;
(2) a definição do plano de discussão;
(3) a definição do tipo de evidência esperada que irá reforçar ou negar a tese.

Se você falhar na definição de algum destes itens, consequentemente falhará na validade de suas conclusões. Por exemplo, mesmo que o ateu diga "Aceito qualquer evidência empírica, comprovável", ele está falhando em relação ao princípio (3) por ser vago demais.

Segundo os princípios que eu citei, torna-se óbvio que a segunda opção é a mais adequada. Agora, em relação a prova ser "concreta" ou "empírica", comete-se a falácia da inversão de planos, o que quebra os princípios (1) e (2). A discussão sobre a existência de Deus é feita no plano metafísico, afinal Deus por definição é metafísico. Deve-se ter em mente aqui que, em discussões metafísicas, não existem "provas" no sentido matemático ou científico, mas sim adotam-se as posições mais coerentes. Exemplos de outras discussões metafísicas são: a universalidade das leis físicas no Universo, a impossibilidade de um infinito real, a existência de um mundo exterior a nossas mentes, etc.

Uma objeção frequente a este ponto é que se Deus, mesmo sendo metafísico, interage com o mundo físico, esta interação pode (e deve, segundo eles) ser verificada. O problema com este raciocínio é que Deus interage com o mundo físico de forma pontual e extraordinária (com milagres, por exemplo). Milagres, por definição, não são eventos reprodutíveis, portanto nunca podem ser testados pelo método científico. (Note que isto não quer dizer que não existem, assim como você não pode dizer que não existe luz infravermelha só porque você não pode vê-la. Ela apenas está "fora do escopo" da sua visão). Isto, portanto, esclarece também a terceira questão.

Continuando nossa linha de raciocínio, agora que já estabelecemos as bases filosóficas do assunto, chegamos à conclusão de que não se pode esperar qualquer evidência que se queira para a existência de Deus, nem uma prova científica, nem uma prova matemática. Mas então, como saber que Deus existe, afinal?

Existem argumentos filosóficos lógicos para a existência de Deus. Estes argumentos geralmente são um conjunto de premissas em que se segue a conclusão lógica de que Deus existe. Eles não 'provam' que Deus existe, dada a impossibilidade de provar uma afirmação metafísica, como já comentei. Entretanto, eles oferecem boas razões para que acreditemos nisso (assim como temos boas razões para acreditar que as leis físicas são universais, que não existe um infinito real e que existe um mundo exterior à nossa mente).

O fato de existirem argumentos que são boas razões para acreditarmos não quer dizer que estes argumentos são capazes de convencer todos os seres pensantes. E isto também é uma objeção frequente aos argumentos a favor da existência de Deus. O ateu alega que, se tal argumento não o convence, então o argumento não prova a existência de Deus ou então é inútil. Mas, provavelmente, o ateu nunca parou pra pensar que isto é uma consequência de qualquer afirmação metafísica. É impossível construir um argumento sobre uma afirmação filosófica qualquer que seja convincente a todos os seres racionais. 

Para quem está acostumado com uma visão objetiva de mundo, com o método científico, mas ignora estes princípios básicos de filosofia, será natural procurar provas para a existência de Deus que estejam acima da possibilidade de dúvida. E pensam que o fato de os argumentos para a existência de Deus não produzirem uma certeza matemática enfraquece, por si só, a possibilidade da existência de Deus. Mas já vimos que não é assim. Isto só significa que a questão sobre a existência de Deus está no mesmo nível das outras questões metafísicas. Você não pode provar que Deus existe assim como você não pode provar que o computador que está na sua frente, neste momento, é real. Seus sentidos poderiam estar te enganando o tempo todo. E não adianta nem pedir ao seu irmão ou namorada para sentir o computador também, afinal você também não tem como provar que eles próprios são reais, em vez de um produto da sua mente.

Bem, prezado Fausto, acho que é mais ou menos isso. Pela Bíblia, meu trabalho seria mais fácil, mas em se tratando de uma pessoa que não crê na inspiração Divina das Escrituras, penso ter dado aqui uma justificativa racional e digna de sua apreciação.


J.R Aragão – Historiador e Professor, pergunta:


Senhor Reinaldo não gosto de suas afirmações que a presença do senso moral em nós seja prova da existência de deus. Não é porque Deus não existe que tudo é permitido. Nem tudo precisa de motivo, causa, se eu quiser eu posso não matar uma pessoa simplesmente por não matar, e nós já temos leis, polícia que julgam o que é certo e errado sem precisar de nenhum deus.

Resposta


Prezado professor, aqui não falamos sobre motivos para fazer algo (moral subjetiva), mas sobre moralidade objetiva, ou seja, que existem coisas que são certas ou erradas, independente da época, do lugar ou da pessoa. As leis humanas são criadas segundo princípios que muitas vezes são convenções da sociedade, mas o argumento moral vai além disso, pois fala sobre deveres ou princípios que estão acima de qualquer sociedade e estão no subconsciente de cada ser humano.

Entenda que isto só é possível porque Deus existe, pois se Deus não existe, somos fruto de uma evolução sem propósito e por acaso, nossa existência não tem nenhum significado ou razão especial, por isso não existe um dever OBJETIVO de fazer ou não fazer algo. Para o ateu, o dever de fazer algo é subjetivo, é imposto pelas regras da sociedade ou uma herança da evolução das espécies e instinto de sobrevivência. Para o ateu, não faz diferença se você vive sua vida como um Adolf Hitler ou uma Madre Teresa, pois o fim dos dois é o mesmo: morte e cessação da existência. E no final toda a humanidade vai ser extinta de qualquer jeito, isto é inevitável para o ateu. Não faz nenhuma diferença OBJETIVA para ele terminar sua vida agora mesmo ou viver 1000 anos. Você pode pensar "ah, mas isso é errado, se eu viver de forma a prejudicar os outros é ruim"... mas eu pergunto "porque é ruim?" Se Deus não existe, não há motivo para ser ruim. Por causa da objetividade da moralidade humana, temos mais uma razão para acreditar que Deus existe. Peço que reflita com carinho nisso.

Meus queridos, paro por aqui para não tornar essa leitura demasiadamente exaustiva. Em breve, publicamos novas questões. Que Deus faça desse trabalho, um instrumento de iluminação dos corações obscurecidos pelo engano da incredulidade. 
creditos da postagem Reynaldo Ribeiro



Como apresentar Deus para um coração que duvida de Sua existência?

Como apresentar Deus para um coração que duvida de Sua existência?

09/05/2013 11:21


Queridos amigos e irmãos, diversos leitores já vinham me cobrando novas postagens nessa Seção. Peço desculpas. A abrangência temática do site é algo que consome muito de meu tempo, requerendo de mim profundas pesquisas, além de muita oração, pois não são poucas as hostilidades e oposições que recebemos em virtude da impopularidade de grande parte de nossas publicações.

Todavia, seguimos com a consciência tranquila. Esse é o Ministério que o Senhor nos deu e alegremente seguimos firmes, olhando para o alvo, que é o prêmio de nossa soberana vocação: Cristo Jesus.

Hoje, daremos uma ênfase especial no tema “Deus”. O ateísmo ataca frontalmente todos os atributos Divinos, sobretudo o mais essencial deles, que é a Sua existência. Como muitos leitores abordam essa questão, passaremos a responder algumas, com o fim de contribuir para o argumento lógico, racional e óbvio de que Deus é a mais real de todas as verdades do universo.

Que o Senhor nos abençoe em mais essa empreitada!

Juliana Enéas Silva – Acadêmica de Filosofia, pergunta:


Oi. Tenho uma pergunta: quem criou deus?
Em tua opinião, se nunca tivesses ouvido falar em deus, se ele nunca tivesse passado na TV, e os teus familiares e conhecidos nunca tivessem ouvido falar disso, como é que ele iria parar no teu cérebro?

Resposta


A pergunta "quem criou deus" é por si só uma falácia. Pois Deus por definição é um ser necessário ou não-contingente. Os argumentos cosmológico e ontológico para a existência de Deus, por exemplo, exigem que Deus seja um ser atemporal, imaterial, necessário e muito poderoso. Por outro lado, você cita um “deus” com “d” minúsculo, o qual seguramente nada tem em comum com o Deus Todo poderoso a quem eu prego.

Em relação à segunda pergunta, seria possível sim que eu nunca tivesse ouvido falar em Deus, assim como há de fato muitas pessoas no mundo que não o conhecem. Mas Ele se revelou historicamente ao mundo e Sua mensagem tem sido espalhada desde os tempos de Cristo.

E mesmo que nunca tivesse ouvido falar dEle, ainda há todas as maravilhas da natureza, a ordem intrínseca do Universo, a perfeição da biologia, a voz da consciência e nosso senso moral, constituindo provas não-teológicas que também apontam para um Criador.

Fausto Silva – Ateu convicto, pergunta:


Ninguém me convence com gritarias. Quero provas reais. Qual é a evidência concreta mais forte que comprove a existência de um deus (ou deuses)?

Resposta


Obrigado Fausto. Entendo sua necessidade de respostas objetivas e concordo que elas sejam necessárias.
Antes de responder se há ou não evidências, é preciso definir alguns pontos fundamentais: 

1. De que tipo de evidências estamos falando? 
2. Existe algum tipo de evidência que deveríamos esperar, caso Deus existisse? 
3. A existência de Deus pode ser provada cientificamente?

Uma objeção frequente de ateus (e até de agnósticos) em relação à existência de Deus é que, segundo eles, não há evidências suficientes para que se acredite. Mas afinal, de que tipo de evidências eles estariam falando? Se você falar com um deles (e eu já perdi a conta de quantas vezes ouvi isso), eles dirão "Se todos os casos de câncer do mundo forem curados instantaneamente, acreditarei em Deus", ou "se todos os porquinhos-da-índia voarem, eu acredito", ou "se esta cadeira começar a levitar na minha frente, então Deus existe." É evidente que estas pessoas não pararam pra pensar nas duas primeiras perguntas que eu propus acima. Então, vamos refletir um pouco sobre isso:

Existe uma disciplina muito conhecida do meio acadêmico, chamada metodologia da pesquisa, e ela possui alguns princípios básicos:
(1) a definição do escopo de busca;
(2) a definição do plano de discussão;
(3) a definição do tipo de evidência esperada que irá reforçar ou negar a tese.

Se você falhar na definição de algum destes itens, consequentemente falhará na validade de suas conclusões. Por exemplo, mesmo que o ateu diga "Aceito qualquer evidência empírica, comprovável", ele está falhando em relação ao princípio (3) por ser vago demais.

Segundo os princípios que eu citei, torna-se óbvio que a segunda opção é a mais adequada. Agora, em relação a prova ser "concreta" ou "empírica", comete-se a falácia da inversão de planos, o que quebra os princípios (1) e (2). A discussão sobre a existência de Deus é feita no plano metafísico, afinal Deus por definição é metafísico. Deve-se ter em mente aqui que, em discussões metafísicas, não existem "provas" no sentido matemático ou científico, mas sim adotam-se as posições mais coerentes. Exemplos de outras discussões metafísicas são: a universalidade das leis físicas no Universo, a impossibilidade de um infinito real, a existência de um mundo exterior a nossas mentes, etc.

Uma objeção frequente a este ponto é que se Deus, mesmo sendo metafísico, interage com o mundo físico, esta interação pode (e deve, segundo eles) ser verificada. O problema com este raciocínio é que Deus interage com o mundo físico de forma pontual e extraordinária (com milagres, por exemplo). Milagres, por definição, não são eventos reprodutíveis, portanto nunca podem ser testados pelo método científico. (Note que isto não quer dizer que não existem, assim como você não pode dizer que não existe luz infravermelha só porque você não pode vê-la. Ela apenas está "fora do escopo" da sua visão). Isto, portanto, esclarece também a terceira questão.

Continuando nossa linha de raciocínio, agora que já estabelecemos as bases filosóficas do assunto, chegamos à conclusão de que não se pode esperar qualquer evidência que se queira para a existência de Deus, nem uma prova científica, nem uma prova matemática. Mas então, como saber que Deus existe, afinal?

Existem argumentos filosóficos lógicos para a existência de Deus. Estes argumentos geralmente são um conjunto de premissas em que se segue a conclusão lógica de que Deus existe. Eles não 'provam' que Deus existe, dada a impossibilidade de provar uma afirmação metafísica, como já comentei. Entretanto, eles oferecem boas razões para que acreditemos nisso (assim como temos boas razões para acreditar que as leis físicas são universais, que não existe um infinito real e que existe um mundo exterior à nossa mente).

O fato de existirem argumentos que são boas razões para acreditarmos não quer dizer que estes argumentos são capazes de convencer todos os seres pensantes. E isto também é uma objeção frequente aos argumentos a favor da existência de Deus. O ateu alega que, se tal argumento não o convence, então o argumento não prova a existência de Deus ou então é inútil. Mas, provavelmente, o ateu nunca parou pra pensar que isto é uma consequência de qualquer afirmação metafísica. É impossível construir um argumento sobre uma afirmação filosófica qualquer que seja convincente a todos os seres racionais. 

Para quem está acostumado com uma visão objetiva de mundo, com o método científico, mas ignora estes princípios básicos de filosofia, será natural procurar provas para a existência de Deus que estejam acima da possibilidade de dúvida. E pensam que o fato de os argumentos para a existência de Deus não produzirem uma certeza matemática enfraquece, por si só, a possibilidade da existência de Deus. Mas já vimos que não é assim. Isto só significa que a questão sobre a existência de Deus está no mesmo nível das outras questões metafísicas. Você não pode provar que Deus existe assim como você não pode provar que o computador que está na sua frente, neste momento, é real. Seus sentidos poderiam estar te enganando o tempo todo. E não adianta nem pedir ao seu irmão ou namorada para sentir o computador também, afinal você também não tem como provar que eles próprios são reais, em vez de um produto da sua mente.

Bem, prezado Fausto, acho que é mais ou menos isso. Pela Bíblia, meu trabalho seria mais fácil, mas em se tratando de uma pessoa que não crê na inspiração Divina das Escrituras, penso ter dado aqui uma justificativa racional e digna de sua apreciação.


J.R Aragão – Historiador e Professor, pergunta:


Senhor Reinaldo não gosto de suas afirmações que a presença do senso moral em nós seja prova da existência de deus. Não é porque Deus não existe que tudo é permitido. Nem tudo precisa de motivo, causa, se eu quiser eu posso não matar uma pessoa simplesmente por não matar, e nós já temos leis, polícia que julgam o que é certo e errado sem precisar de nenhum deus.

Resposta


Prezado professor, aqui não falamos sobre motivos para fazer algo (moral subjetiva), mas sobre moralidade objetiva, ou seja, que existem coisas que são certas ou erradas, independente da época, do lugar ou da pessoa. As leis humanas são criadas segundo princípios que muitas vezes são convenções da sociedade, mas o argumento moral vai além disso, pois fala sobre deveres ou princípios que estão acima de qualquer sociedade e estão no subconsciente de cada ser humano.

Entenda que isto só é possível porque Deus existe, pois se Deus não existe, somos fruto de uma evolução sem propósito e por acaso, nossa existência não tem nenhum significado ou razão especial, por isso não existe um dever OBJETIVO de fazer ou não fazer algo. Para o ateu, o dever de fazer algo é subjetivo, é imposto pelas regras da sociedade ou uma herança da evolução das espécies e instinto de sobrevivência. Para o ateu, não faz diferença se você vive sua vida como um Adolf Hitler ou uma Madre Teresa, pois o fim dos dois é o mesmo: morte e cessação da existência. E no final toda a humanidade vai ser extinta de qualquer jeito, isto é inevitável para o ateu. Não faz nenhuma diferença OBJETIVA para ele terminar sua vida agora mesmo ou viver 1000 anos. Você pode pensar "ah, mas isso é errado, se eu viver de forma a prejudicar os outros é ruim"... mas eu pergunto "porque é ruim?" Se Deus não existe, não há motivo para ser ruim. Por causa da objetividade da moralidade humana, temos mais uma razão para acreditar que Deus existe. Peço que reflita com carinho nisso.

Meus queridos, paro por aqui para não tornar essa leitura demasiadamente exaustiva. Em breve, publicamos novas questões. Que Deus faça desse trabalho, um instrumento de iluminação dos corações obscurecidos pelo engano da incredulidade.